Estudar, o caminho para a vitória




Num país onde o jeitinho ajuda a fazer valer a máxima de que “o mundo é dos espertos”, nem sempre a educação acaba sendo uma ponte para superar as barreiras impostas pela vida e alcançar o sucesso profissional. Por outro lado, e nessa categoria se encaixa boa parte da população, as próprias dificuldades de acesso à escola e a necessidade de se começar a trabalhar ainda cedo fazem com o que ensino não seja melhor aproveitado. Mas há pessoas que souberam driblar as dificuldades e, com muita garra, cresceram em uma carreira.

É a saga de moradores de Araçatuba e região com esse perfil que a série de reportagens “A vitória pela educação”, da Folha da Região", vem destacar. Como o cirurgião-dentista Walderício de Mello, de 79 anos, que, após trabalhar na FOA (Faculdade de Odontologia de Araçatuba) como faxineiro virou professor doutor, este blog traz histórias de superação que mostram o quanto estudar é valioso.

A exemplo do “Dr. Didi”, como o hoje renomado professor é conhecido, nos dias atuais é possível encontrar casos de vitórias ocorridas por meio da valorização do que se aprende nas escolas. São personagens que, muitas vezes, representam casos isolados, dada a dificuldade existente para a conclusão dos estudos, em que pesem os avanços educacionais alcançados pelo Brasil nos últimos anos.

Em 2014, por exemplo, Araçatuba foi a única cidade de sua região administrativa que recebeu o Selo de Município Livre do Analfabetismo, do Ministério da Educação. Com base em dados do IBGE, a cidade atingiu índice igual ou superior a 96% de alfabetização.

No entanto, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento 2012, divulgado em março de 2013 pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), um em cada quatro alunos que iniciam o ensino fundamental no Brasil abandona a escola antes de completar a última série.

A taxa de evasão estava, à época, em 24,3%, o que colocava o País com a terceira maior taxa de abandono escolar entre as cem nações com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), atrás apenas da Bósnia Herzegovina (26,8%) e das ilhas de São Cristovam e Névis, no Caribe (26,5%).

É importante destacar que, dentre os tantos fatores a levar o jovem a não se formar, está a necessidade de busca por um trabalho a fim de ajudar no sustento da família. Mas, hoje, com as políticas de inclusão e a maior injeção de recursos na educação, espera-se que essa realidade mude cada vez mais. Quando isso acontecer de fato, histórias como a dr. Didi não surpreenderão mais e a vitória de muitos brasileiros pela educação passará a ser fato comum.

Arnon Gomes, editor-chefe da Folha da Região

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